Quais são as chances de sobreviver em alto-mar depois de um acidente? - Mega Curioso
Por um escritor misterioso
Descrição
Especialistas falam sobre algumas possibilidades de sobrevivência em casos de quedas de aviões no oceano ou de naufrágio
As buscas pelo Boeing 777 da Malaysia Airlines continuam. Ainda não há pistas do paradeiro do avião, que desapareceu em algum lugar da costa do sudeste da Ásia no sábado (08 de março). O que existem são algumas teorias e especulações sobre terrorismo. As autoridades e os militares de vários países se uniram para avaliar radares e imagens de satélite em uma busca para encontrar o avião. Os especialistas também estão avaliando quais seriam as chances de sobrevivência dos passageiros e tripulantes no caso de uma possível queda da aeronave. Supondo que o avião caiu sobre o oceano, quanto tempo os passageiros, que supostamente sobreviveram à queda, poderiam continuar a viver em mar aberto? Sobreviver a um acidente de avião A primeira preocupação de um acidente que acontece sobre o oceano é, naturalmente, sobreviver à própria queda do avião, que já é algo bastante violento. Existem casos em que as mortes já ocorrem antes de atingir a superfície, devido à despressurização. No entanto, existem registros de quedas — e aterrisagens emergenciais em lugares não preparados — com sobreviventes. Ao contrário do que muita gente pode pensar, as chances de sobrevivência são até surpreendentemente boas. De acordo com o National Transportation Safety Board (NTSB), mais de 95% dos passageiros envolvidos em um acidente de avião sobrevivem. Com a avaliação de acidentes que tiveram sobreviventes e várias décadas de estudo, alguns especialistas notaram que há várias ações que os passageiros podem fazer para aumentar suas chances de sobrevivência, tais como o uso de sapatos e roupas apropriadas. Imagine ter que fugir de um avião em chamas? Se você tiver que fazer isso, como vão se sair os seus sapatos de salto ou chinelos?”, afirmou Cynthia Corbett, uma especialista em fatores humanos da Administração Federal de Aviação (FAA), ao site WebMD. Fonte da imagem: Shutterstock Alguns estudos têm revelado que as pessoas sentadas nos assentos para trás da asa tinham 40% mais chances de sobreviver do que aquelas sentadas na parte da frente do avião. Além disso, os assentos do corredor perto de uma porta de saída estão entre os mais seguros. Os especialistas também afirmam que os primeiros 90 segundos após um acidente são os mais importantes, pois, se você puder manter a calma e se mover para fora do avião rapidamente, suas chances de sobrevivência são muito maiores. O que acontece é que essa é uma situação desesperadora e com razão para isso, não é verdade? Manter a calma é difícil, mas é necessário ter sangue frio e ir em frente. Em situações como essa, os passageiros estão em tal estado de pânico que eles mal conseguem retirar o cinto de segurança. De acordo com o site Mother Nature Network, relatórios do National Transportation Safety Board mostram que muitas vítimas de acidente são encontradas em seus lugares com os cintos de segurança ainda afivelados. É por isso que é importante saber o que fazer, mesmo sem as ordens. Algumas pessoas se sentam e esperam por ordens, e, se não ouvirem nenhuma, então elas praticamente se rendem ao desastre”, disse Cynthia Corbett. Peixes, tartarugas e aves Fonte da imagem: Shutterstock Qualquer acidente de avião sobre o oceano apresenta circunstâncias especiais, é claro, porque aqueles que já sobreviveram à queda deverão ainda lutar pela vida em mar aberto, seja em um bote ou apoiado a algum destroço — caso a ajuda não chegue. Os especialistas dizem que um bote salva-vidas aumentaria as probabilidades de uma pessoa sobreviver, uma vez que eles são menos propensos a se cansar tentando boiar, além de tornar menos provável de ser atacado por tubarões. Os botes também podem atrair peixes e aves (ou seja, fontes de alimentos). Além disso, muitos botes salva-vidas são equipados com kits de primeiros socorros, água potável, foguete de sinalização, além de um tipo de lona para se proteger do sol e da chuva. Porém, existe um pequeno problema em toda essa história: nem todos os aviões carregam botes salva-vidas. Fonte da imagem: Shutterstock A Federal Aviation Administration (FAA) exige botes para todos os passageiros na maioria das aeronaves comerciais que voam sobre a água nas chamadas operações prolongadas”, que são geralmente definidas por trafegar por 81 km ou mais sobre alto-mar. Em alguns casos, no entanto, a FAA dispensa esses equipamentos para certos aviões. Por exemplo, se esses aviões tiverem coletes salva-vidas para todos os passageiros e se eles não voam acima de 7,6 km. Ainda não se sabe se o voo do Malaysia estava carregando botes salva-vidas. A vida no mar Mesmo aquelas pessoas que conseguem um bote salva-vidas enfrentam grandes desafios, como a desidratação e a inanição. O corpo humano precisa de água para sobreviver e poucas pessoas ficariam mais de uma semana sem ela. Temperatura, umidade e a própria situação da saúde do indivíduo podem aumentar ou diminuir seu tempo de sobrevivência sem água. Mas existem casos de sucesso de sobrevivência em alto-mar, por mais difícil que possa parecer. No mês passado mesmo, você pôde conferir aqui no Mega Curioso o caso de José Salvador Albarengo, um pescador que sobreviveu por 13 meses no oceano. Ele disse às autoridades que sobreviveu bebendo sangue de tartaruga e de água da chuva e comendo peixes e aves que capturou com as próprias mãos. Em alto-mar, quase todas as tartarugas, aves e peixes são seguros para comer sem cozinhar, disse o Dr. Claude Piantadosi, um professor de Medicina da Duke University Medical Center, ao National Geographic. O pescador que sobreviveu mais de um ano no mar Fonte da imagem: Reprodução/BBC News O pescador também relatou ter bebido a sua própria urina quando nada mais estava disponível, mas essa pode não ser uma boa ideia. Beber a própria urina não é recomendado porque você está reingerindo os sais que os seus rins estão tentando eliminar, disse Piantadosi, autor do livro A Biologia da sobrevivência humana: a vida e a morte em ambientes extremos. No entanto, vale lembrar que ele não passou por uma queda de avião, e sim um naufrágio de seu barco de pesca. Sobrevivendo ao mar aberto Na água, uma pessoa sem um colete salva-vidas ou algum tipo de dispositivo de flutuação iria se tornar muito cansada em questão de horas, especialmente na água fria. Os tubarões também são uma ameaça, apesar de um ataque não ser tão comum como muitas pessoas pensam. Uma preocupação mais grave é a hipotermia, uma condição mortal que pode ocorrer até em águas consideradas mais quentes, com uma média de 16 graus Celsius. As temperaturas da água de superfície no Golfo da Tailândia — região onde a aeronave da Malaysia Airlines pode ter caído — ficam em torno de 27 graus Celsius, o que aumenta as chances de sobrevivência entre os passageiros e tripulantes. Porém, a demora no resgate pode diminuir essa probabilidade, pois entram os outros problemas como sede, inanição e os perigos do mar.
As buscas pelo Boeing 777 da Malaysia Airlines continuam. Ainda não há pistas do paradeiro do avião, que desapareceu em algum lugar da costa do sudeste da Ásia no sábado (08 de março). O que existem são algumas teorias e especulações sobre terrorismo. As autoridades e os militares de vários países se uniram para avaliar radares e imagens de satélite em uma busca para encontrar o avião. Os especialistas também estão avaliando quais seriam as chances de sobrevivência dos passageiros e tripulantes no caso de uma possível queda da aeronave. Supondo que o avião caiu sobre o oceano, quanto tempo os passageiros, que supostamente sobreviveram à queda, poderiam continuar a viver em mar aberto? Sobreviver a um acidente de avião A primeira preocupação de um acidente que acontece sobre o oceano é, naturalmente, sobreviver à própria queda do avião, que já é algo bastante violento. Existem casos em que as mortes já ocorrem antes de atingir a superfície, devido à despressurização. No entanto, existem registros de quedas — e aterrisagens emergenciais em lugares não preparados — com sobreviventes. Ao contrário do que muita gente pode pensar, as chances de sobrevivência são até surpreendentemente boas. De acordo com o National Transportation Safety Board (NTSB), mais de 95% dos passageiros envolvidos em um acidente de avião sobrevivem. Com a avaliação de acidentes que tiveram sobreviventes e várias décadas de estudo, alguns especialistas notaram que há várias ações que os passageiros podem fazer para aumentar suas chances de sobrevivência, tais como o uso de sapatos e roupas apropriadas. Imagine ter que fugir de um avião em chamas? Se você tiver que fazer isso, como vão se sair os seus sapatos de salto ou chinelos?”, afirmou Cynthia Corbett, uma especialista em fatores humanos da Administração Federal de Aviação (FAA), ao site WebMD. Fonte da imagem: Shutterstock Alguns estudos têm revelado que as pessoas sentadas nos assentos para trás da asa tinham 40% mais chances de sobreviver do que aquelas sentadas na parte da frente do avião. Além disso, os assentos do corredor perto de uma porta de saída estão entre os mais seguros. Os especialistas também afirmam que os primeiros 90 segundos após um acidente são os mais importantes, pois, se você puder manter a calma e se mover para fora do avião rapidamente, suas chances de sobrevivência são muito maiores. O que acontece é que essa é uma situação desesperadora e com razão para isso, não é verdade? Manter a calma é difícil, mas é necessário ter sangue frio e ir em frente. Em situações como essa, os passageiros estão em tal estado de pânico que eles mal conseguem retirar o cinto de segurança. De acordo com o site Mother Nature Network, relatórios do National Transportation Safety Board mostram que muitas vítimas de acidente são encontradas em seus lugares com os cintos de segurança ainda afivelados. É por isso que é importante saber o que fazer, mesmo sem as ordens. Algumas pessoas se sentam e esperam por ordens, e, se não ouvirem nenhuma, então elas praticamente se rendem ao desastre”, disse Cynthia Corbett. Peixes, tartarugas e aves Fonte da imagem: Shutterstock Qualquer acidente de avião sobre o oceano apresenta circunstâncias especiais, é claro, porque aqueles que já sobreviveram à queda deverão ainda lutar pela vida em mar aberto, seja em um bote ou apoiado a algum destroço — caso a ajuda não chegue. Os especialistas dizem que um bote salva-vidas aumentaria as probabilidades de uma pessoa sobreviver, uma vez que eles são menos propensos a se cansar tentando boiar, além de tornar menos provável de ser atacado por tubarões. Os botes também podem atrair peixes e aves (ou seja, fontes de alimentos). Além disso, muitos botes salva-vidas são equipados com kits de primeiros socorros, água potável, foguete de sinalização, além de um tipo de lona para se proteger do sol e da chuva. Porém, existe um pequeno problema em toda essa história: nem todos os aviões carregam botes salva-vidas. Fonte da imagem: Shutterstock A Federal Aviation Administration (FAA) exige botes para todos os passageiros na maioria das aeronaves comerciais que voam sobre a água nas chamadas operações prolongadas”, que são geralmente definidas por trafegar por 81 km ou mais sobre alto-mar. Em alguns casos, no entanto, a FAA dispensa esses equipamentos para certos aviões. Por exemplo, se esses aviões tiverem coletes salva-vidas para todos os passageiros e se eles não voam acima de 7,6 km. Ainda não se sabe se o voo do Malaysia estava carregando botes salva-vidas. A vida no mar Mesmo aquelas pessoas que conseguem um bote salva-vidas enfrentam grandes desafios, como a desidratação e a inanição. O corpo humano precisa de água para sobreviver e poucas pessoas ficariam mais de uma semana sem ela. Temperatura, umidade e a própria situação da saúde do indivíduo podem aumentar ou diminuir seu tempo de sobrevivência sem água. Mas existem casos de sucesso de sobrevivência em alto-mar, por mais difícil que possa parecer. No mês passado mesmo, você pôde conferir aqui no Mega Curioso o caso de José Salvador Albarengo, um pescador que sobreviveu por 13 meses no oceano. Ele disse às autoridades que sobreviveu bebendo sangue de tartaruga e de água da chuva e comendo peixes e aves que capturou com as próprias mãos. Em alto-mar, quase todas as tartarugas, aves e peixes são seguros para comer sem cozinhar, disse o Dr. Claude Piantadosi, um professor de Medicina da Duke University Medical Center, ao National Geographic. O pescador que sobreviveu mais de um ano no mar Fonte da imagem: Reprodução/BBC News O pescador também relatou ter bebido a sua própria urina quando nada mais estava disponível, mas essa pode não ser uma boa ideia. Beber a própria urina não é recomendado porque você está reingerindo os sais que os seus rins estão tentando eliminar, disse Piantadosi, autor do livro A Biologia da sobrevivência humana: a vida e a morte em ambientes extremos. No entanto, vale lembrar que ele não passou por uma queda de avião, e sim um naufrágio de seu barco de pesca. Sobrevivendo ao mar aberto Na água, uma pessoa sem um colete salva-vidas ou algum tipo de dispositivo de flutuação iria se tornar muito cansada em questão de horas, especialmente na água fria. Os tubarões também são uma ameaça, apesar de um ataque não ser tão comum como muitas pessoas pensam. Uma preocupação mais grave é a hipotermia, uma condição mortal que pode ocorrer até em águas consideradas mais quentes, com uma média de 16 graus Celsius. As temperaturas da água de superfície no Golfo da Tailândia — região onde a aeronave da Malaysia Airlines pode ter caído — ficam em torno de 27 graus Celsius, o que aumenta as chances de sobrevivência entre os passageiros e tripulantes. Porém, a demora no resgate pode diminuir essa probabilidade, pois entram os outros problemas como sede, inanição e os perigos do mar.
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USS Indianapolis (CA-35) – Wikipédia, a enciclopédia livre
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